Keepshining não paga salários e assedia trabalhadoras

Keepshining não paga salários e assedia trabalhadoras

21 de Abril, 2020 0

A empresa de serviços de limpeza Keepshining, com cerca de 370 trabalhadoras e trabalhadores, decidiu em finais de março indicar a um largo conjunto de trabalhadoras que ficariam sem trabalho, na sequência da redução de atividade do Hotel Fénix e restantes unidades do grupo (onde a empresa presta serviços de limpeza), conforme divulgámos aqui. Segundo denúncias que recebemos, passadas semanas, a Keepshing não só não colocou as trabalhadoras noutros locais (ao contrário das promessas que tinha feito), como se permitiu descontar no pagamento do salário relativo ao mês de março o período de inatividade decidido unilateralmente pela empresa.

As denúncias dizem-nos que a empresa está agora a tentar concretizar o despedimento. Para isso, tem vindo a assediar trabalhadoras tentando fazê-las assinar “acordos com mútuo consentimento” na cessação dos contratos de trabalho. E, numa demonstração de total desprezo pelas trabalhadoras, nesses supostos acordos prevêem-se pagamentos compensatórios de pouco mais de trezentos euros, onde a empresa queria incluir todos os direitos ainda não pagos (férias não gozadas, subsídios de férias e Natal).

O abuso patronal é uma marca da conduta empresarial no setor das limpezas. Neste momento crítico, esta conduta acentua-se e tem ainda efeitos mais graves para profissionais que, no seu quotidiano laboral, têm já de enfrentar os baixos salários e o desrespeito por direitos elementares. A Autoridade para as Condições do Trabalho tem de atuar rapidamente, para pôr cobro estes abusos.