A administração do restaurante “Aquele lugar que não existe”, em Marvila, despediu trabalhadores de forma irregular e mantém 13 funcionários em situação incerta há vários meses, com salários em atraso e pagando à semana. Devido aos vários abusos laborais que estão a ser cometidos há vários meses, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul realizou um protesto em frente ao restaurante no passado dia 8 de outubro, em que denunciou “os salários em atraso aos trabalhadores, os despedimentos arbitrários em tempo de pandemia, o pagamento à semana dos salários dos trabalhadores e o trabalho precário e informal”.

Segundo denúncias que recebemos, logo no início da crise sanitária, ainda em março, o patrão encerrou o restaurante sem avisar os trabalhadores e deixou de pagar os salários. A partir da reabertura do estabelecimento, os salários começaram a ser pagos à semana e vários trabalhadores ficaram sem trabalho. Mais recentemente, uma das trabalhadoras, que exigiu os seus direitos com o apoio do sindicato, foi despedida sem qualquer aviso prévio ou comunicação formal. Após ter exigido o pagamento regular dos salários, a administração do restaurante obrigou a trabalhadora a férias forçadas e, no regresso, impediu-a de voltar ao trabalho, alegando já ter comunicado o despedimento – no entanto, a trabalhadora nunca recebeu qualquer comunicação por parte da empresa.

Apesar das tentativas nesse sentido, o dono do restaurante continua a recusar falar com a trabalhadora ou com os representantes sindicais. Os relatos referem ainda que, entre os trabalhadores que continuam a receber de forma intermitente, existem situações de trabalho informal e sem direitos. A Autoridade para as Condições do Trabalho já recebeu várias denúncias sobre a situação no restaurante, não tendo ainda realizado qualquer inspeção.