A HiFly, companhia aérea portuguesa com operação a partir de Lisboa e especializada no fretamento de aviões comerciais, segundo denúncias que recebemos, está novamente a efetuar despedimentos, depois de centenas de trabalhadores despedidos na empresa durante o ano de 2020. Os despedimentos começaram há algumas semanas, numa base diária e abrangendo pequenos grupos de trabalhadores. Os relatos falam num despedimento coletivo encapotado, abrangendo tripulantes e outros profissionais da empresa. O ritmo de despedimentos está a acelerar nos últimos dias, atingindo cerca de 20% dos trabalhadores em funções. As denúncias relatam ainda que, ao mesmo tempo que são despedidos profissionais com direitos, estão a ser recrutados trabalhadores através empresas de trabalho temporário para assegurar as mesmas funções. As denúncias relacionam ainda que esta nova vaga de despedimentos com o início do novo curso de tripulante de cabine pela MACF – Aviation Training & Consultants, uma empresa de formação que está associada à HiFly e à Fundação Mirpuri, criada pela família que detém a companhia aérea.

Adicionalmente, as denúncias indicam que a administração da empresa tem vindo a alterar unilateralmente horários e escalas de trabalho, sem qualquer consulta ou acordo com os tripulantes, ignorando os limites legais e manipulando as escalas para efeitos de fiscalização.

Recordamos que a Hifly despediu cerca de 350 trabalhadores precários logo na primeira fase da pandemia, seguindo-se uma segunda vaga de despedimentos em Junho. Mais recentemente, recusou abusivamente a passagem a teletrabalho dos funcionários em tarefas administrativas. As denúncias de novos despedimentos chegam-nos numa altura em que a Fundação Mirpuri investe na competição de vela Ocean Race Europe, que terá uma etapa prevista para Junho em Cascais, nomeadamente financiando uma das equipas participantes.