
GALP prepara redução de trabalhadores em outsourcing
Está em causa a redução e suspensão de prestações de serviços, no seguimento de um processo de substituição de trabalhadores com vínculo por outros enquadrados por empresas de prestação de serviços. A rotatividade de trabalhadores precários é um abuso recorrente por parte da Galp, pelo que a Comissão de Trabalhadores reclama que todos os trabalhadores que ocupam postos de trabalho permanentes devem por direito ser efectivos.
Os postos de trabalho cortados podem atingir centenas em toda a empresa. A situação mais preocupante é a ameaça de despedimento de 90 trabalhadores da manutenção, mecânica, serralharia, instrumentação e eletricidade, ao serviço da Martifer e da CMN na refinaria de Sines. Estes trabalhadores têm um vínculo precário, embora desempenhem um trabalho permanente e crucial, garante o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul.
O comunicado da Comissão Central de Trabalhadores da Petrogal/Galp lembra que o presidente executivo da Galp, Carlos Gomes da Silva, teve a sua remuneração aumentada para 1,8 milhões de euros em 2019 (mais 1,5% do que no ano anterior), apesar da queda dos lucros em 21%. No ano passado, a administração executiva da Galp Energia recebeu 6,6 milhões de euros. Atendendo a que, no período entre 2008 a 2019, o grupo teve 4200 milhões de euros de lucros líquidos, a CCT defende a salvaguarda de todos os postos de trabalho para que, após a pandemia, a economia possa ser relançada rapidamente.
A Comissão de Trabalhadores da Petrogal afirma que “a Administração está a dar sinais de um oportunismo concertado, que se torna execrável face à situação de emergência que o país e o mundo atravessam”.