
Jetclass recusa teletrabalho e pressiona trabalhadores
A empresa dedicada ao mobiliário e design de interiores, localizada em Sobrado, no concelho de Valongo, começou a ameaçar os 78 trabalhadores com falta de pagamento de salários. Segundo as denúncias que recebemos, para esta ameaça, o argumento utilizado foi o de que ”não há dinheiro”, isto apesar de recentemente ter recebido apoios do Portugal 2020.
Esta atitude insere-se numa estratégia mais vasta de pressão sobre os trabalhadores visando desincentivá-los de recorrer à modalidade de teletrabalho, mesmo no caso de funções que são compatíveis com o trabalho à distância, como é o caso dos trabalhadores que exercem as suas funções em escritório. Apenas num caso, em que estava em causa uma situação de risco e em que existia indicação médica, a administração concordou com a passagem a teletrabalho. Há, pelo menos, 11 trabalhadores que reúnem condições para desenvolverem as suas tarefas à distância, querem fazê-lo, mas receiam manifestar a sua vontade por medo de represálias.
O comportamento na empresa é descrito como sendo pouco rigoroso no respeita à observância das regras de afastamento entre pessoas. Continuam a circular pessoas de fora da empresa, continuam a ser convocadas reuniões presenciais, há contacto físico e alguns meios de trabalho continuam a ser partilhados sem quaisquer cuidados.