A administração do grupo The Fladgate Partenership está a despedir trabalhadores precários, com contratos a prazo. Além disso, está também a impor a marcação de férias forçadas e a definir horas negativas no banco de horas. As denúncias que recebemos, além de relatarem estes abusos, falam ainda do cancelamento de prémios e aumentos salariais já acordados.

A holding The Fladgate Partenership é um grupo que possui negócios no vinho do Porto, turismo e distribuição. Detentora de quatro casa de vinho do Porto, de quatro hotéis (entre eles o The Yeatman Hotel), várias quintas no Douro, de duas empresas de distribuição, vários restaurantes e terrenos e edifícios nas encostas de Gaia. Em suma, é um grupo que não atravessa uma situação difícil, tanto mais que mantém a intenção de concluir um novo investimento de cerca de 120 milhões de euros ainda este ano. Em mensagem dirigida aos trabalhadores, de forma explícita, a administração diz que a empresa tem capacidade para ultrapassar tranquilamente a presente situação e beneficiar do falhanço de outros negócios que não aguentarão.

Na presente situação de crise sanitária em que todos somos chamados à responsabilidade, a The Fladgate Partnership opta pelo caminho da imposição do abuso e decide fazer recair sobre os trabalhadores todo o peso dos efeitos desta situação. Dispensa de trabalhadores temporários que ocupavam postos de trabalho permanentes, regista autoritariamente horas negativas no banco de horas, impõe férias contra a vontade e sem o acordo dos trabalhadores, volta atrás em aspectos da remuneração que já estavam acordados. Este é um exemplo da chamada responsabilidade social das empresas e de como o patronato quer contribuir para a solução de uma crise verdadeiramente nacional: sempre à custa de quem trabalha.