KCS IT despede trabalhadores em período experimental e volta a recrutar

KCS IT despede trabalhadores em período experimental e volta a recrutar

8 de Abril, 2020 0

A administração da KSC IT, empresa francesa da área dos serviços tecnológicos com atividade em Portugal, despediu trabalhadores cujos contratos de trabalho se encontram ainda no período experimental. Só na delegação do Porto, segundo as denúncias que recebemos, esta decisão está a afetar 17 pessoas, que assim ficam repentinamente sem emprego.

Estes dezassete trabalhadores, todos eles com qualificações diferenciadas, muitos dos quais expressamente convidados para virem de um país lusófono para Portugal, depois de terem trabalhado vários meses em situação de falsos recibos verdes, assinaram recentemente contratos de trabalho com a KCS IT, S.A. Agora, quando estavam a quase atingir o fim do período experimental, são simplesmente descartados, formalmente com a justificação do contexto gerado pela crise pandémica. São despedidos durante um período experimental que, caso a empresa tivesse desde sempre cumprido a lei e celebrado os devidos contratos de trabalho, há muito já tinha sido ultrapassado. Trabalhadores que ficam, desta forma, sem rendimentos e sem apoio, num contexto em que, estando deslocados, não têm sequer as suas redes familiares e sociais de apoio.

Questionada pelos trabalhadores sobre o anúncio de que as empresas apoiadas não poderiam despedir, a direção da empresa respondeu que “as medidas para as grandes empresas ainda não claras” e que o Governo para já está mais preocupado com as micro e pequenas empresas, bem como, alguns setores específicos”, justificando ainda a sua decisão com “orientações muito específicas de França para redução de custos”.

A empresa, que em 2019 faturou 16,4 milhões de euros (um crescimento de 41%) com o esforço e contributo de muitos que agora são despedidos, não aparenta passar por grandes dificuldades atualmente. Na sua página na internet, divulga 54 oportunidades de emprego, todas anunciadas a partir de 9 de março. Inclusive, pelo menos alguns dos trabalhadores despedidos, podem mesmo candidatar-se às oportunidades anunciadas. A estratégia da empresa parece ser simplesmente desvalorizar o trabalho e os direitos, despedindo e contratando novamente.