Loja de Matosinhos da Leroy Merlin: trabalhadores vulneráveis obrigados a tirar férias para evitar risco de saúde

Loja de Matosinhos da Leroy Merlin: trabalhadores vulneráveis obrigados a tirar férias para evitar risco de saúde

9 de Abril, 2020 0

De acordo com denúncias que nos foram remetidas, a loja de Matosinhos da cadeia de comercialização de materiais de bricolage Leroy Merlin não está a cumprir as orientações de proteção definidas pelas autoridades para este momento de contenção face à crise pandémica. Os trabalhadores pertencentes aos grupos de risco são forçados a trabalhar ou, quando se recusam, para não arriscar a sua saúde, estão a ser confrontados com a imposição de férias forçadas ou a recorrer a baixas médicas.

A loja não está, segundo estas denúncias, a seguir as orientações da Direção Geral de Saúde, nem as publicadas pela própria gestão da BCM – Bricolage, SA, empresa detentora da marca, que previam a dispensa (mantendo a retribuição a 100%) de grávidas, futuros pais e portadores de doenças crónicas. As denúncias dizem-nos ainda que a administração da loja se limitou a disponibilizar gel desinfetante aos trabalhadores e não adotou quaisquer outras medidas de proteção para trabalhadores e clientes, não sendo o número de clientes na loja convenientemente controlado e não havendo barreiras físicas entre trabalhadores e clientes. Isto, garantem-nos, apesar de dois trabalhadores terem estado em contacto com um fornecedor portador do coronavírus.

Os relatos que nos chegaram dizem-no que esta é a realidade pelo menos nesta loja, adiantando que o mesmo pode estar a acontecer noutras lojas da mesma rede e nalgumas lojas da rede AKI.

As denúncias acrescentam-nos ainda que a discricionariedade da direção desta loja estende-se ao desrespeito da, já de si criticável, política de contratação da BCM – Bricolage, S.A. Esta política, apesar de usar a contratação a prazo como se de um período experimental se tratasse, define que os trabalhadores são contratados inicialmente por um prazo de seis meses e, findo esse período, deveriam passar a trabalhadores efetivos. No entanto, as renovações sucessivas de contratos a termo certo são a regra nesta loja.