Lojas Francas de Portugal despede precários no Aeroporto do Porto antes de lay off

Lojas Francas de Portugal despede precários no Aeroporto do Porto antes de lay off

11 de Abril, 2020 0

Cerca de quarenta trabalhadores com contratos de trabalho a termo incerto foram despedidos das lojas existentes na área internacional do aeroporto do Porto. A empresa Lojas Francas de Portugal comunicou o despedimento aos trabalhadores através de email, no qual invocou como motivo o facto de as medidas de contenção em vigor determinarem o encerramento das lojas.

Os relatos referem ainda que o recurso à celebração de contratos de trabalho a termo incerto é um expediente utilizado pela empresa para manter uma pressão adicional sobre os trabalhadores. Este contrato precário é uma pressão adicional, dado que permite à empresa alegar que deixaram de se verificar as “necessidades temporárias” que levaram a celebrá-lo. E também pelo facto de não estar sujeito a renovações (como no caso dos contratos a termo) e poder durar até 4 anos. Acrescente-se que os trabalhadores destas lojas estão sujeitos às verificações e autorizações de segurança aeroportuária, o que constitui um sério embaraço à constante mudança de pessoas.

Invocar a existência de medidas de contenção para cessar os contratos de trabalho é inaceitável e pode constituir um verdadeiro abuso de direito. Depois de ter procedido ao despedimento destes trabalhadores, a Lojas Francas de Portugal, empresa detida maioritariamente pela Vinci Aeroportos, recorreu ao mecanismo de “lay off simplificado”. Ou seja, seguiu uma estratégia semelhante a muitas empresas, nomeadamente as de grande dimensão, que nesta primeira fase da crise estão a despedir os precários antes de recorrer aos apoios públicos.