A Adega Cooperativa do Redondo, segundo denúncias que recebemos, impôs o desconto de horas que foram acumuladas pelos trabalhadores no banco de horas, quando suspendeu parte das atividades e enviou os trabalhadores para casa. Esta imposição, sob ameaça de acionar o mecanismo de lay off, com a consequente quebra de rendimentos para os trabalhadores, teve início ainda durante o mês de março, tendo acontecido novamente num novo período este mês de abril. As denúncias relatam ainda que, aos funcionários que não têm horas no banco de horas, a empresa regista, de forma abusiva e unilateral, horas negativas no banco de horas.

A empresa impôs que os trabalhadores somem 1 hora diária ao seu horário de trabalho, quando a produção for regularizada. Ou que, na altura das vindimas, trabalhem sem receber, de forma a “descontar” as horas que foram impostas pela empresa. Os relatos asseguram que há trabalhadores que já “devem” 15 dias úteis de trabalho. Esta imposição foi aplicada aos operários, encontrando-se os funcionários do escritório da empresa em teletrabalho.

Além de todo este abuso e irregularidades praticadas pela entidade patronal, a empresa passou a laborar com equipas reduzidas, em regime de rotatividade, impondo novos horários – com dois turnos, das 7h às 16h; e das 16h à 1h. As denúncia assinalam ainda que a empresa não garante condições de higiene e segurança no trabalho, nomeadamente devido ao contacto com mercadorias e operadores sem proteção, o que está a gerar forte apreensão entre os operários.

A Adega Cooperativa do Redondo, no distrito de Évora, é um dos maiores produtores de vinho da Região do Alentejo.