As trabalhadoras da loja da Calzedonia do Centro Comercial Continente de Loures que não estavam efetivas, segundo denúncias que recebemos, foram despedidas. Estes despedimentos, que tiveram lugar logo após as primeiras medidas de contenção em resposta à crise sanitária e que levaram à decisão do grupo de encerrar as suas lojas, ainda durante o mês de março, foram justificadas com o facto de a empresa não ter condições para pagamento dos salários. Algumas semanas mais tarde, o grupo acionou o regime de “lay off simplificado”. Além da loja de Loures, as denúncias relatam que os despedimentos de trabalhadores e trabalhadoras com vínculos precários podem ter ocorrido de forma generalizada nas lojas do grupo.

Este é mais um caso, como vários outros que foram acontecendo ao longo das últimas semanas, de um grande grupo económico que descarta os trabalhadores a quem impôs um vínculo precário, para logo depois recorrer aos apoios públicos para ajudar à viabilidade das empresas e, supostamente, manter o emprego.

A Calzedonia é uma marca italiana de roupa feminina, presente em mais de 50 países e com uma extensa cadeia de lojas em Portugal. O Grupo Calzedonia, além da homónima, inclui ainda as marcas Intimissimi, Tezenis, Falconeri e Atelier Emé. Em 2018, o volume de negócios do grupo foi de 2,3 mil milhões de euros.