Iberdrola mantém cerca de 1800 trabalhadores em obra no Tâmega, apesar dos riscos
Nos concelhos de Ribeira de Pena e Vila Pouca de Aguiar, continua em execução o Sistema Eletroprodutor do Tâmega, um conjunto de obras de grande dimensão a cargo da Iberdrola. Apesar da situação execional, estão a trabalhar mais de 1800 trabalhadores vindos de diversos pontos do país, e muitos deles de Espanha. Em declarações ao jornal Público, Albano Ribeiro, presidente do Sindicato da Construção, garante que alguns dos trabalhadores nesta obra podem já ter contraído doença associada ao coronavirus, mas que são obrigados a continuar a trabalhar. O mesmo dirigente sindical assinala a sua forte oposição à decisão de continuar a permitir que a atividade do setor neste período de contenção, sublinhando que “é de uma irresponsabilidade e de grande desconhecimento de como funciona o sector”. A Iberdrola limita-se a dizer que está “atenta” e refugia-se na alegação de que está a atuar “no estrito cumprimento de todas as orientações emanadas pelas Entidades Públicas competentes”. A verdade é que a concentração de trabalhadores e as condições de trabalho não asseguram condições de higiene e segurança na obra. Muitos trabalhadores não têm qualquer material de proteção, tomam refeições em grupo, dormem em camaratas e em quartos para grupos. A entrada no país tem sido permitida. João Noronha, presidente da Câmara Municipal de Ribeira de Pena, diz estar “muito preocupado” com a situação e já pediu uma intervenção urgente à Autoridade para as Condições do Trabalho.