Segundo denúncias que recebemos, a administração do restaurante da cadeia McDonalds em Beja despediu, pelo menos, 10 funcionários e funcionárias, ainda durante o mês de março. As pessoas despedidas, sobretudo mulheres, tinham contratos de trabalho sem termo em que ainda decorria o período experimental. As denúncias dizem-nos ainda que estas pessoas, apesar de terem contratos a tempo parcial, de 4 horas, a maioria trabalhava mais horas do que o previsto nos contratos. As denúncias relatam ainda que a gerência pressionou a marcação de férias, descrevendo mesmo uma insistência permanente, durante a própria jornada de trabalho, para que os funcionários assinassem um suposto acordo para a marcação de férias contra a sua vontade. No entanto, a empresa acabou por acionar o mecanismo de lay off depois de concretizar os despedimentos.

Como tem acontecido em muitas situações de despedimentos de precários ao longo das últimas semanas, as chefias, no momento do despedimento, acenaram com a possibilidade de voltar a contratar estes e estas profissionais, numa clara tentativa de gerar expectativa e suavizar as reações.

Em comunicado divulgado logo no início das medidas de contenção, a 19 de março, ainda antes das medidas mais restritivas, a representação da cadeia multinacional de comida rápida em Portugal anunciou que passaria apenas a vender para fora e a efetuar entregas, assinalando essa decisão como uma “medida para proteger, ainda mais, colaboradores e clientes”. Infelizmente, esta situação, bem como as que já denunciámos em Vila Real e em Leiria, demonstram que a prática da empresa é bem diferente dos princípios que enuncia.