A Funfrap, fundição com instalações em Cacia, Aveiro, segundo denúncias que recebemos, despediu todos os trabalhadores e trabalhadoras com vínculos precários. As denúncias relatam ainda que a administração da empresa, para fazer face às necessidades de trabalho, recorre à constante mudança do posto de trabalho atribuído a cada funcionário. Esta é uma situação que se deve à falta de pessoal, em consequência dos recentes despedimentos efetuados. Para além disto, são alterados arbitrariamente e de forma constante os horários. Esta imposição, totalmente abusiva, tem ainda outras consequências, gerando diferenciação entre trabalhadores no tempo para a refeição e nos horários de entrada e saída, assim como na duração do período normal de trabalho, colocando funcionários com jornadas de trabalho diferentes, sendo algumas mais abusivamente mais longas.

Ou seja, a administração da Funfrap, à boleia da crise sanitária, despede os trabalhadores a quem impôs uma condição precária, para depois, aproveitando o receio que se instalou perante a possibilidade de perder o emprego, fazer pesar sobre os restantes um ajustamento abusivo (em horários e trocas de funções) que resulta de uma decisão que nada tem a ver com as reais necessidades de trabalho.

Esta é mais uma situação de abuso na Funfrap, depois de outros relatos já aqui publicados. Recordamos que, ainda em março, demos conta da imposição de trabalho presencial a um trabalhador com doença crónica; e, em abril, denunciámos que a administração retirou abusivamente dias de férias e de compensação na sequência da decisão de suspender temporariamente a atividade.