Cifial não cumpre normas de higiene e proteção dos trabalhadores na unidade de Paços de Brandão
A Cifial, fabricante de acessórios de casa de banho, com sede em Rio Meão (Santa Maria da Feira) e vários polos no distrito de Aveiro, segundo denúncias que recebemos, está operar sem cumprir as normas de higiene e segurança no trabalho, com especial incidência nas suas unidades situadas em Paços de Brandão. Segundo os relatos, não foram implementadas várias medidas de proteção no contexto da crise sanitária. A empresa não impõe nem controla o uso de máscaras na área da produção, falta álcool gel, o refeitório deixou de ser desinfetado após cada horário de almoço, não é garantido o distanciamento nas filas, as áreas de lazer e as casas de banho não são limpas com frequência e apresentam-se frequentemente em péssimas condições. Ou seja, são várias as situações que não respeitam as recomendações para a proteção dos trabalhadores no atual contexto, conforme divulgado neste documento da Direção Geral da Saúde ou neste documento da Autoridade para as Condições do Trabalho.
Segundo as mesmas denúncias, entre os trabalhadores impera o medo. Os relatos falam em casos de contágio por Covid-19 entre pessoas da mesma família que laboram em fábricas diferentes, mas que utilizam o refeitório comum às duas unidades de produção de Paços de Brandão. Estas pessoas, até à data em que tiveram indicação para ir para casa, estiveram em contato com outros trabalhadores sem cumprir as normas de segurança, sendo que as chefias recusam dar qualquer tipo de explicação aos restantes trabalhadores. A secção de produção de Rio Meão foi transferida para este local, o que fez também com que haja maior utilização dos espaços e, logo, uma maior necessidade de limpeza e medidas de higiene e proteção.
As situações de abuso patronal na Cifial são recorrentes desde o início da crise sanitária. Recordamos que já aqui divulgámos a imposição de férias forçadas a centenas de trabalhadores do grupo e o despedimento de dezenas de trabalhadores precários antes de recorrer ao lay off.