Prisma Paraíso: têxtil de Oliveira de Azeméis encerra e despede 70 trabalhadoras, mas abre nova fábrica

Prisma Paraíso: têxtil de Oliveira de Azeméis encerra e despede 70 trabalhadoras, mas abre nova fábrica

2 de Outubro, 2020 0

A administração da Prisma Paraíso, empresa têxtil com unidade industrial na vila de Cucujães, em Oliveira de Azeméis, encerrou a fábrica e atirou as 70 trabalhadoras para o desemprego. O encerramento aconteceu sem aviso e depois de uma semana de férias imposta pela administração, período que foi aproveitado para retirar as máquinas e matéria-prima da fábrica. Quando as funcionárias regressaram ao trabalho esta segunda-feira, dia 28 de setembro, foram surpreendidas com o encerramento da fábrica e com a comunicação dos despedimentos, justificados com a “extinção ou encerramento da empresa”. Na realidade, conforme confirmado pelas trabalhadoras e pela Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis em declarações à TVI, esta suposta situação de insolvência é um esquema da administração, que já está a instalar nova fábrica no concelho vizinho de Santa Maria da Feira. As trabalhadoras, muitas das quais na empresa há várias décadas, não receberam ainda a compensação pelo despedimento que lhes é devida.

As trabalhadoras asseguram que a empresa é viável e que o nível de encomendas até tem obrigado a realizar trabalho extraordinário, acusando a administração de estar a promover uma “burla”. Segundo uma dirigente da estrutura sindical que está a apoiar as trabalhadoras, a empresa “foi à socapa transferida para a Feira, para os antigos pavilhões da empresa de calçado Rohde”, onde estarão agora as máquinas e o material para laboração. Aliás, o grupo alemão que detém a empresa já fez operações semelhantes no passado como estratégia para eliminar obrigações e dívidas, mudando o nome da empresa várias vezes, mas mantendo exatamente a mesma produção e a mesma estrutura. Desta vez, a operação, uma insolvência fraudulenta qualificada pelo sindicato como um “cambalacho descarado”, incluiu também o despedimento das trabalhadoras e a mudança das instalações.

Perante esta conduta irresponsável e deliberadamente à margem da lei, as autoridades públicas têm de atuar imediatamente para impedir que se esta fraude se concretize e que estas 70 trabalhadoras percam o seu trabalho.