O Grupo Trofa Saúde encerrou a sua unidade hospital em Vila Nova de Famalicão, obrigando os trabalhadores a escolher entre férias forçadas ou redução salarial de 25%.

Segundo denúncias que nos foram remetidas, a imposição das férias ou a redução salarial dirigida a trabalhadores, é feita de forma particularmente agressiva, sendo comunicada simplesmente através de email. Não há qualquer resposta a dúvidas ou manifestação de desacordo, com o departamento de recursos humanos indisponível para contactar ou responder. A única justificação apresentada na comunicação é que a “catástrofe provocada pela infeção covid-19 obrigou ao encerramento temporário dos serviços, por ter criado uma falta de atividade imediata, imprevisível e totalmente fora do controlo da empresa”. Esta conduta de abuso por parte da administração da empresa é semelhante à seguida no Hospital Privado de Gaia, um outra unidade do grupo, conforme divulgámos a 28 de março.

O Sindicato de Hotelaria do Norte denuncia que a empresa ameaça com um pretenso lay off, que, ser uma mera arma de chantagem, não tem cabimento: “alega o artigo 309.º do Código do Trabalho, sabendo, como sabe, que tal norma não se aplica ao caso”, porque “o encerramento do hospital de Famalicão foi feito sem que a empresa estivesse obrigada a tal e, por isso, é ilegal” pode ler-se no comunicado.

O Hospital encerrou a 19 de março e, com o alargamento do estado de emergência até 17 de abril, caso a empresa mantenha esta conduta de abuso, os trabalhadores ficarão praticamente sem férias, um claro atropelo ao direitos laborais.